Ultimamente se evidenciou nos jornais e revistas a ameaça da inflação ao desempenho econômico do Brasil. Indo mais a fundo, esses mesmos veículos enfatizam que um possível despertar da inflação esteja ligado aos gastos públicos descontrolados. Mas como isso acontece?
Já vimos em posts anteriores a importância da Lei de Oferta e Demanda e falamos, exaustivamente, sobre o princípio de que "o que é raro é caro". Essa frase ficou selada em minha mente quando uma professora a usou na faculdade. O fato é o seguinte: AUMENTOS NOS GASTOS DO GOVERNO, OU DESCONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS, CAUSAM INFLAÇÃO. E, no caso do Brasil, essa é uma doença que vem sendo tratada há quase 20 anos, embora nem todos os cuidados tenham sido tomados.
Para explicar, a inflação é o aumento generalizado dos preços numa economia. Assim, sua moeda, passa a ter menor poder de compra, ou seja, o dinheiro perde valor. É como se uma nota de R$ 1,00 valesse menos do que R$ 1,00. Isso acontece quando a produção é inferior ao montante de dinheiro em circulação. Assim, seus preços sobem.
Outra forma de ver isso é ter em mente que a quantidade de dinheiro na economia vai crescendo pouco a pouco, mas a produção não consegue acompanhar. É aí que se encaixa a questão dos gastos do governo. Ele começa a despejar dinheiro na economia, e esse dinheiro começa a perder valor (tudo que é raro é caro, e tudo que é abundante é barato). As empresas não têm condições ou estímulo para produzir mais, e assim a oferta de produtos fica limitada, mas o dinheiro continua sendo jogado na economia.
Para equilibrar suas contas (que ficaram negativas) o governo precisa de mais dinheiro. Mas como conseguí-lo se ele já está todo na economia, circulando por aí? Nessas ocasiões, o governo pode se valer de duas manobras: ele aumanta a taxa de juros, e assim capta dinheiro no mercado de títulos; ou pode imprimir dinheiro para cobrir suas dívidas. De qualquer forma a tendência é a que a taxa de juros (selic) aumente, para tentar conter o aumento ds preços - inflação. Como consequência, as empresas preferem aplicar dinheiro em títulos ou no mercado financeiro do que investir em produção. E aí a inflação dá as caras.
Por isso a recomendação dos analistas, economistas e mídia especializada é de que o Brasil contenha os gastos públicos. Para que o governo não corra risco de perder o controle sobre a inflação é necessário que o governo gaste menos, ou podemos ter problemas num futuro próximo.
Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net
Vamos esperar que esses "cortes" ou gastos que não serão realizados neste ano possam reduzir pelo menos a expectativa de alta na inflação...
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