quinta-feira, 20 de maio de 2010

Entendendo a dinâmica de uma crise.

A palavra crise deriva do latim (crise) e a definição que melhor se enquadra aqui é: "manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio". Os gregos usavam esta palavra (Krisis) para ilustrar um momento decisivo, uma situação de mudança. Em chinês, ela é composta de 2 caracteres: um representa perigo e o outro oportunidade.

O assunto em voga agora (e até pouco antes de outubro de 2008) é a crise econômica. Historicamente, a economia funciona em ciclos formados de altos e baixos. Eles se repetem ao longo do tempo, ou seja, a economia cresce e diminui várias vezes com o passar dos anos. Vamos ver como ela funciona...


Quando a economia está crescendo (em seu ciclo de alta) alguns fundamentos estão aquecidos, ou seja, funcionando a pleno vapor. Nessas ocasiões, o consumo cresce, as empresas e os governos investem mais e tudo parece um mar de rosas. Mas isso não é eterno. Quanto mais as pessoas consomem, mais as empresas precisam produzir. Caso isso não aconteça, pode não haver produtos suficientes no mercado para atender à população. Quando isso ocorre, os preços sobem: e isso se chama inflação.


Se os preços continuarem subindo mais do que os salários, as pessoas passarão a comprar menos produtos, concorda? Logo, as empresas passarão a produzir menos (pois terão menos dinheiro), o que reduzirá seus lucros. Para não ficarem no prejuízo, ou para que este não seja muito grande, as empresas cortam custos. Normalmente isso se dá por meio da demissão de funcionários. Quando alguém perde o emprego, passa a controlar seus gastos, consumindo menos.


À medida que as pessoas vão deixando de consumir e as empresas vão demitindo, a economia vai entrando em crise (seu ciclo de baixa ou recessão) caso o governo não faça nada para impedir isso. Ou seja, basicamente, crise é o período de tempo em que as pessoas deixam de consumir e as empresas deixam de produzir, contratar e investir. Entretanto, com esse processo, os preços passam a declinar. Eles voltam a cair por que as empresas percebem que só conseguirão vender caso ofereçam produtos mais baratos. E conforme os preços vão caindo, o consumo volta a crescer. E começa tudo novamente.


Esse é um modelo de crise baseado, apenas, no superaquecimento do consumo. As crises podem ocorrer de várias formas e por vários motivos, mas sempre têm a mesma dinâmica. Se um país declara publicamente que não vai pagar suas dívidas, outros países deixam de emprestar dinheiro a ele. Sem dinheiro e sem investimento externo, todos os passos descritos se repetem. Quando uma das variáveis da economia se desequilibra, a tendência é que as outras tomem o mesmo rumo.


O importante é ter em mente que uma crise não durará para sempre. De certa forma, a economia segue as leis do Universo: "tudo é cíclico e tende a se reequilibrar".


Espero ter ajudado a entender um pouquinho melhor mais esse conceito.

Até mais
,

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

quinta-feira, 6 de maio de 2010

E dá-lhe Poupança!!!

Olá pessoal!

Estou de volta com mais um texto explicativo. Dessa vez, falarei um pouco sobre poupança. Vamos deixar claro de início que, pela teoria econômica, o conceito de poupança é bem diferente daquilo que a maioria das pessoas sabem.

Imagine o seguinte: uma pessoa tem uma certa renda (salário) e tem despesas, correto? Ela usa o dinheiro que recebe de seu trabalho para pagar contas, aluguéis, alimentação, vestuário, lazer e etc. Vamos imaginar, também, que esta pessoa ganha mais do que ela gasta com todos os bens de que necessita para sobreviver. Já dá para perceber que vai sobrar dinheiro no final do cálculo, certo? Pois bem, isso é a poupança. Ou seja, na teoria, poupança é a parcela da renda que as pessoas não gastam. É A PARTE DA RENDA QUE AS PESSOAS GUARDAM.

Pelo conhecimento popular, poupança é aquela conta que não dá direito a talões de cheque nem cartão de crédito. É o que as pessoas normalmente chamam de caderneta. Nesse caso, ela é uma espécie de aplicação (Investimento em Economia é outra coisa). Isso porque ela rende juros ao longo do tempo. Os juros da poupança são de 0,5% ao mês, que rende, no acumulado de 01 ano, 6,17% mais uma correção da TR (Taxa Referencial, que explicaremos melhor adiante).

É interessante saber que todo o dinheiro aplicado em cadernetas de poupança no Brasil é destinado, basicamente, ao SFH (Sistema Financeiro da Habitação). Isso quer dizer que é essa aplicação que financia as obras de moradia empregadas pelo Governo Federal.

A teoria diz também que, quanto maior a poupança de um país maior será seu nível de investimento. E assim, mais ele se desenvolve. Faz sentido olhando pelo caso do Brasil. Quanto mais dinheiro aplicado em poupança, mais recursos estarão disponíveis para habitação. Isso gera emprego (será preciso contratar mais pessoas para construir casas), que gera renda (pois as pessoas receberão salários), que gera consumo, que gera mais investimento para se produzir mais bens. É um ciclo... A Economia cresce e o país se desenvolve. Ou, pelo menos, deveria ser assim (risos).

Entendeu? Gostou? Viu como economia pode ser um tema interessante?
Se não entendeu, não se acanhe: pergunte. Nos escreva e nos acompanhe!!!

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net