Existe na economia uma relação entre inflação e taxa de desemprego. Graficamente, expressamos essa idéia através da Curva de Phillips. Tem esse nome porque foi desenvolvida por um economista neozelandês, chamado William Phillips. Entretanto, é possível entender a teoria mesmo sem o auxílio da ilustração.
A idéia por trás da curva é de que a Taxa de Desemprego exerce uma força sobre a Taxa de Inflação, ou seja, ela tem influência sobre o nível de preços, afetando sua oscilação. Vejamos como isso funciona.
Vamos imaginar que a taxa de desemprego de equilíbrio de um país seja X. Pode ser um número qualquer, exibido em porcentagem. Assim, a Taxa de Desemprego é o percentual de pessoas capazes de trabalhar, mas que por algum motivo não estão trabalhando, ou seja, estão desempregadas. Quando essas pessoas conseguem emprego, a taxa de desemprego diminui, e a inflação aumenta. Isso acontece porque essas pessoas passam a ter renda e também a consumir, colocando mais dinheiro em circulação. Se a produção não acompanha o consumo, os preços sobem.
O contrário também é válido: se, dada a taxa de desemprego X, as pessoas empregadas perdem seu trabalho (se a taxa de desemprego aumenta), então a inflação diminui. Isso acontece porque o número de pessoas sem renda aumenta, e isso faz o consumo diminuir, puxando os preços para baixo. Assim, a relação é a seguinte:
a. Se a taxa de desemprego sobe, a inflação cai;
b. Se a taxa de desemprego cai, a inflação sobe.
O Relatório Focus, publicado pelo Banco Central do Brasil, mostra que a inflação oficial, medida pelo IPCA, está fora do centro da meta, que é de 4,5%. No relatório publicado em 28/03/2011 este número estava em 5,45%. Segundo a revista Exame (de 06/04/2011, número 989) cerca de 90% da população capaz de trabalhar está empregada. Ou seja, quase toda força de trabalho está ativa atualmente. Esse número pode diminuir em função do momento econômico brasileiro. Assim, a tendência é de que a inflação aumente, pois o consumo também tende a crescer.
No próximo post vamos estender esta questão para um ponto de vista mais político, ou social, se preferirem.
Nos acompanhem!
Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net