quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Especulação, risco, ganância e dinheiro, muito dinheiro.

Quer entender o que acontece no mercado financeiro? Confira os filmes Wall Street – Poder e Cobiça e Wall Street – O dinheiro nunca dorme.


Ambos trazem um pouco de um mundo que poucos entendem, mas onde se ganha muito dinheiro. Com um mix de ficção e realidade, o filme trata das relações pessoais e profissionais de quem está inserido neste mercado.


Por Danielle Macedo 
Equipe Economistas Na Net

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sim. Existem Filmes Sobre Economia.

Que entender a Crise de 2008? Então você deve entender o que aconteceu no governo de Ronald Reagan na década de 1980. É isso mesmo. A Crise de 2008 está vinculada a medidas tomadas nesta época e que estamos colhendo as consequências até hoje.

Inside Job é um documentário que retrata de forma clara o que provocou a bolha do sub-prime e seus envolvidos, prejudicando assim não só os americanos, mas a economia de forma geral.

Se você não ficar revoltado ao final do filme, você não estava prestando atenção”, diz uma das frases promocionais do filme.


Confiram este documentário para entender o início da crise, pois o final ninguém sabe ainda...

Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Inflação causada pelo baixo desemprego

Assunto já discutido por aqui (http://economistasnanet.blogspot.com/2011/04/inflacao-e-taxa-de-desemprego.html), sabe-se que, conforme a teoria da curva de Phillips, quando a taxa de inflação sobe o desemprego cai e vice-versa. Isso analisado no curto prazo.

Na teoria do pleno emprego é entendido que toda mão de obra disponível para trabalhar estaria empregada criando assim um equilíbrio na economia. E quando há desequilíbrio gerado por mais vagas do que pessoas disponíveis? Isso é o que anda ocorrendo na economia brasileira.

Mas calma. Você pode se perguntar como isso acontece já que sempre conhecemos alguém desempregado. A questão é que há vagas de emprego, mas, ainda falta muita mão de obra qualificada e a demanda por essas pessoas provoca aumento dos salários.

Como funciona essa dinâmica?
A escassez de mão de obra qualificada eleva a demanda das empresas por essas pessoas. Demanda maior que oferta = elevação dos preços, ou neste caso, elevação dos salários. Dessa maneira, a fim de conquistar profissionais qualificados no mercado de trabalho, as empresas oferecem maiores remunerações, o que por sua vez acaba elevando seus custos e encarecendo seu produto. Daí surge a nossa famosa inflação.

Podemos nos certificar disso com a divulgação do relatório de Pesquisa Mensal de Emprego divulgado pelo IBGE. Em 12 meses houve uma elevação de, aproximadamente, 10% da Renda Habitual Recebida (valor ajustado sazonalmente).

É sabido que a melhora econômica dos últimos anos deu oportunidade de muitas pessoas se especializarem, porém a quantidade não foi suficiente para suprir a demanda brasileira. Isso porque a economia vem num processo de crescimento muito forte desde meados dos anos 90 e o atraso do Brasil na educação é muito grande.

A revista Exame, edição 989, traz um estudo que mostra que, se continuarmos crescendo numa taxa média de 4,6% a.a. até 2015, necessitaremos de aproximadamente 8 milhões de pessoas no mercado de trabalho.

Nesta mesma edição, a revista apresenta os setores que mais demandarão pessoas: varejo, construção, telesserviços (empresa de call Center), petróleo e afins, têxtil e tecnologia, da informação.

Aí nos cabe uma pergunta: será que conseguiremos gerar essa massa de profissionais preparados para a demanda do mercado de trabalho?

É possível que o país postergue este problema para os próximos anos, nos dando a idéia de que a taxa de juros continuará num patamar alto a fim de controlar a inflação. Isso só mostra que o ciclo vicioso está longe de acabar: vagas>mão de obra especializada>inflação.

Por Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Descolamento entre Oferta e Demanda

O país vive hoje um período de descolamento entre a oferta e a demanda. E o que seria exatamente isso?

O processo ocorre quando o nível da oferta é diferente do nível de demanda. Em outras palavras, a produção não consegue acompanhar o consumo ou vice-versa.

No caso brasileiro, onde a demanda é superior à oferta, ocorrem alguns impactos negativos, como por exemplo, a inflação de demanda. Uma vez que não há produtos suficientes para o consumo, o próprio comércio eleva os preços entendendo que a necessidade fará o consumidor pagar mais caro pelo produto. Lembramos que esta onda consumista é justificada pelos vários incentivos que o governo passou a dar durante a crise de 2008, como a redução de juros, isenção de impostos, redução de compulsórios e facilidade de crédito.

A redução de juros e de impostos proporcionou à indústria uma oportunidade de expansão até o início de 2010. Porém, com a elevada quantidade de estoques e o aumento do risco global, o ritmo industrial se reduziu e, a partir de Jun/2010, a demanda do comércio ultrapassou o nível de oferta. Isso, de certa forma, acendeu uma luz amarela para o governo através da elevação da inflação.

Para suprir a necessidade de consumo, foi preciso recorrer ao mercado externo através da elevação das importações. O que por um lado reduz os preços, por outro desestimula a produção interna, já que os bens internos, muitas vezes, não competem em igualdade de preços com os importados. Isso gera dificuldades para a indústria ou produtores nacionais.

Porque então o problema não é resolvido com a elevação da oferta? A questão não é tão simples assim. Para se elevar a produção, muitas vezes, será necessária a ampliação física das empresas, compra de máquinas, de mais insumos e contratação de mais funcionários. Tudo isso demanda tempo e investimento.

Ao contrário da demanda, a compra é feita imediatamente quando há aumento de renda ou facilidade de crédito (cartão de crédito, empréstimo pré aprovado, cheque especial). Sendo assim, não há outro caminho para o governo senão aplicar uma política monetária contracionista, ou seja, frear o consumo focado no encontro do equilíbrio entre a oferta e a demanda.

Por Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Endividamento do brasileiro atinge maior nível de todos os tempos.

Segundo Estadão on line, após estudos divulgados pela LCA Consultoria, o brasileiro está mais endividado do que nunca. Estudos mostram que o consumo aumentou na maioria das opções de financiamento. Os empréstimos mais utilizados são cheque especial, crédito consignado, crédito para financiamento de imóveis e veículos. A dívida corresponde a 40% da renda do trabalhador e dos aposentados e beneficiários da Previdência Social (quase metade do que ganha). É como trabalhar quase 5 meses só para pagar a dívida.

Somando a dívida total nacional dos credores entre principal e juros esta chegaria aproximadamente a R$ 653 bilhões no mês de abril isso falando apenas em pessoas físicas. Em dois anos, segundo a LCA, esta dívida aumentou em aproximadamente R$168 bilhões. Isso significa que cada vez mais a parcela com gastos de financiamentos está aumentando.

Segundo o economista responsável pelo estudo, Wermeson França, o aumento do endividamento se deu graças ao crescimento da economia e a facilidade em obter financiamentos a juros menores e prazos mais longos.

Pesquisa feita pela Fecomércio-SP, intitulada “Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras”, chancela o estudo anterior. Segundo esta, a dívida passou de R$ 1.300/mês nos primeiros cinco meses de 2010 para R$ 1.530/mês no mesmo período de 2011.
 
Segundo Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP, as medidas tomadas pelo Banco Central no crédito em 2010, como alta dos juros e diminuição do prazo dos financiamentos, só colaborou para o aumento do endividamento das famílias no começo de 2011. Segundo Altamiro o consumo está diminuindo, porém a dívida sobe devido aos juros estarem maiores.

Por Celso Malaxoski
Equipe Economistas Na Net

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Grécia, EUA, Japão, China, Inflação, Desaceleração... e o Brasil.

Olá pessoal.

Já abordamos vários temas aqui. Falamos de teoria econômica básica, abrimos discussões, e reflexões, que eu acho bem produtivas. Mas é interessante falar de economia usando cenários reais, como o atual.

Num mundo globalizado, os efeitos se espalham rapidamente. Isso acontece porque os países estão totalmente conectados e as notícias são veiculadas quase que instantâneamente. Foi assim com a Crise de 2008. Em outras épocas, as coisas demoravam mais para acontecer. A Crise de 1929 levou tempo para se alastrar e mais tempo ainda para se dissipar.

Os eventos recentes afetam todos os países e mercados: de ações ao mercado de trabalho; de commodities ao mercado imobiliário; do ouro ao câmbio. A incerteza em relação à Grécia e ao Euro, a China surgindo como nova potência mundial, os terremotos no Japão e a demora da recuperação dos EUA: tudo isso muda a forma como os agentes enxergam o futuro da economia. É um tema recorrente, pois trata de expectativas.

Isso tem sido particularmente cruel com a bolsa brasileira. Todas as incertezas, o risco de inflação, as medidas do Banco Central e a falta de direcionamento do governo Dilma contribuíram para o retorno negativo  da Bovespa em 2011. Segundo analistas, o momento é de muita cautela.

A incerteza faz os investidores mudarem sua exposição a ativos de risco e migrarem para ativos mais seguros, de renda fixa. Isso explica a leve valorização do Dólar nos últimos dias. Entretanto, o Real continua muito forte. Isso é reflexo da massiva emissão de moeda americana para cobrir os gastos do governo, gerando mais inflação nos EUA.

Há ainda quem diga que novas bolhas estão se formando. Assimo no plural mesmo: para cada país e cada possibilidade de a economia se reeguer há uma prospecção de bolha, que geraria nova crise mundial. Basta procurar as notícias e artigos, pois existem vários por aí tratando do tema. O simples fato de se imaginar uma crise gera mais incerteza e também retarda a recuperação econômica.

Por hora, vamos monitorando e nos informando para não sermos pegos de "surpresa", pois, se a imagem que se forma no horizonte for do jeito que as previsões mostram, o quadro tende a ser bem feio. Felizmente, a economia é dinâmica: tudo pode mudar com o tempo e as ações corretas.

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fundos de Investimento

Para quem não tem muito tempo de acompanhar ou mesmo não entende a fundo o mercado financeiro, mas gostaria de obter rendimentos melhores do que a poupança, segue uma dica: fundos de investimento.
 
Primeiramente, o que são:

O fundo de investimento funciona como o condomínio de um prédio. Os côndominos - no caso, os cotistas - se juntam para dividir os custos de aplicações acessíveis apenas para grandes investidores. O patrimônio é administrado por especialistas, que cobram uma taxa pela gestão dos ativos. Eles acompanham o mercado diariamente em busca de boas oportunidades de investimento.

O dinheiro depositado nos fundos é convertido em cotas, que são atualizadas diariamente, de acordo com a oscilação dos ativos reais no mercado de capitais.

É interessante que você busque um fundo de investimento em algo que você acredite que seja promissor, sendo, por exemplo: Fundo de Renda Fixa, Fundo de Ações ou mesmo Multimercado, que mistura vários tipos de ativos. Também podem ser encontrados fundos setoriais, onde são agrupadas as ações de empresas de um mesmo setor, como Construção Civil, Tecnologia e Setor Financeiro. Os bancos oferecem um rol de fundos que se adaptam ao universo de clientes e ao perfil de investimento, podendo ele ser: agressivo, moderado ou conservador.

Ao contratar um fundo você também deve ficar atento a algumas cobranças e tributações que o mesmo pode sofrer. Vejamos:

Taxa de administração: É a remuneração do gestor do fundo. É recolhido diariamente, segundo um percentual do valor aplicado - não do rendimento. Incide mesmo se o fundo tiver desempenho negativo e perder patrimônio.
 
Principal ítem a ser analisado antes de aderir a um fundo. Taxa de administração alta não é sinônimo de bom gerenciamento. Pode inclusive corroer todo o rendimento e varia de fundo pra fundo, de acordo com a dificuldade dos ativos de serem administrados.

Um fundo com alta taxa de administração não garante altos rendimentos, da mesma forma que um fundo com taxa baixa não terá rendimentos irrelevantes. Nesse caso, o melhor a se fazer é conferir na performance. Normalmente os bancos apresentam um folder que traz o desempenho do fundo e comparativos com outros índices do mercado.

Taxa de Performance: Além da taxa de administração, muitos fundos cobram ainda uma taxa sobre o que exceder uma determinada performance, como a variação do CDI, o Ibovespa ou o dólar comercial. Alguns cobram uma taxa de administração pequena, mas pedem uma porcentagem alta de performance sobre o que exceder o rendimento prometido.

Resgate: os fundos têm liquidez diária e podem ser resgatados sem aviso prévio. Mas o dinheiro cai na conta, geralmente, de um a três dias após o pedido de resgate. Há alguns fundos que têm uma carência para a saída e ela é reduzida de acordo com o tempo de permanência.

Impostos
Imposto de Renda: Incide sobre todos os fundos e apenas sobre o rendimento. A alíquota é de 15% para aplicações em renda variável e de 20% para as aplicações em renda fixa.

Para os fundos que misturam Ações e Títulos, a Receita Federal aceita alíquota de 10% para aqueles que têm no mínimo 67% de seu patrimônio aplicado em Ações. Os demais são considerados como de renda fixa e pagam 20% de imposto de renda sobre o rendimento.

IOF: Apenas os fundos de renda fixa pagam o IOF. O imposto incide apenas se os saques forem feitos com prazo inferior a 30 dias, e varia de acordo com o número de dias da aplicação.

Atenção para os fundos de renda fixa – para este tipo de investimento, o IR é recolhido através do sistema de come-cotas. O valor pago de imposto é descontado da quantidade de cotas e não do valor do fundo. É tributado nos meses de maio e novembro.

Fique de olho nestas cobranças, pois elas reduzem o rendimento do fundo e, sem a devida orientação, você pode deixar de obter um desempenho melhor em suas aplicações.

Da mesma forma que outros investimentos, os fundos também estão sujeitos a riscos, como o de não apresentar rentabilidade. Em alguns deles, os gestores dispõem de algumas ferramentas para reduzir o risco, podendo diminuir a exposição de renda variável para renda fixa, ou mesmo reduzir o percentual de um ativo e comprar outro com melhores ganhos. Então, mesmo que você não acompanhe o mercado, fique de olho no seu extrato e defina até quanto você aguentaria perder.

Não deixe de buscar melhores oportunidades de rendimentos. Você pode estar deixando de ganhar muito no mercado financeiro.

Por Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Inflação, Câmbio ou Utopia?

Começar a escrever este post foi uma tarefa muito trabalhosa. Principalmente porque, por si só, minha intenção já envolve objetivos antagônicos e também porque tento ser nêutro com relação às medidas que o governo toma para intervir na economia. Sempre procuro observar os fatos para embasar os argumentos. Bem, vamos a eles então.

Sabemos que nossa inflação está fora do centro da meta. Isto se deve, em grande parte, ao consumo. Países como Brasil, de grande população e baixas taxas de Investimento e Poupança, têm no Consumo e nas Exportações o motor de que sua economia precisa para crescer e, talvez, se desenvolver. Por um lado, se essa força se desequilibra pode haver inflação ou recessão. Daí as ações do governo para frear o consumo aumentando a taxa Selic. Por outro lado, a taxa de câmbio afeta diretamente o preço dos bens brasileiros exportados para outros países.

Soma-se o Real que se valoriza, tornando caros os produtos brasileiros para outros países. Com isso, as receitas de nossas empresas se reduzem em função da diminuição das vendas. O Governo lança mão de políticas para evitar que o Real se valorize - ou que o dólar fique mais barato. Faz leilões de reservas ou sobretaxa o capital estrangeiro que fica aqui por pouco tempo. Assim, ele impede a entrada de dólares especulativos (com vistas a lucros rápidos). Restringindo a quantidade de moeda estrangeira, faz com que seu preço aumente.

Agora o lado antagônico: o aumento na taxa de juros para conter a inflação. Essa medida faz com que o crédito se torne mais caro e também que aplicações de renda fixa tenham rendimento maior. Um empresário pode deixar de investir em produção e aplicar o dinheiro em renda fixa. O dinheiro sai de circulação e reduz a pressão sobre os preços internos.

Entretanto, o aumento da Selic atrai capital estrangeiro, e isso faz com que o efeito sobre a taxa de câmbio seja inverso. Em outras palavras, é uma força lutando contra outra. Uma pancada para segurar o câmbio e outra para segurar a inflação, mas que anula a anterior.

A questão é que nenhuma medida para conter a Taxa de Câmbio se sustenta no longo prazo, são medidas imediatistas. Além do mais, o momento econômico para o Brasil torna quase nula qualquer ação para impedir a valorização do Real. Os dólares vão continuar entrando, pelo menos por enquanto, ou até que algum choque global afugente o capital estrangeiro.

Medidas para conter a inflação vão além da Taxa Selic. Por exemplo, reduzir a carga tributária estimularia a produção e o emprego; Desonerar as folhas de pagamentos, estimularia criação de mais empresas e trabalhos formais; Reduzindo os impostos, o Governo arrecada mais (pelo volume). Infelizmente, essas idéias parecem ser utópicas no Brasil.

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

sábado, 2 de abril de 2011

Inflação e Taxa de Desemprego.

Existe na economia uma relação entre inflação e taxa de desemprego. Graficamente, expressamos essa idéia através da Curva de Phillips. Tem esse nome porque foi desenvolvida por um economista neozelandês, chamado William Phillips. Entretanto, é possível entender a teoria mesmo sem o auxílio da ilustração.


A idéia por trás da curva é de que a Taxa de Desemprego exerce uma força sobre a Taxa de Inflação, ou seja, ela tem influência sobre o nível de preços, afetando sua oscilação. Vejamos como isso funciona.

Vamos imaginar que a taxa de desemprego de equilíbrio de um país seja X. Pode ser um número qualquer, exibido em porcentagem. Assim, a Taxa de Desemprego é o percentual de pessoas capazes de trabalhar, mas que por algum motivo não estão trabalhando, ou seja, estão desempregadas. Quando essas pessoas conseguem emprego, a taxa de desemprego diminui, e a inflação aumenta. Isso acontece porque essas pessoas passam a ter renda e também a consumir, colocando mais dinheiro em circulação. Se a produção não acompanha o consumo, os preços sobem.

O contrário também é válido: se, dada a taxa de desemprego X, as pessoas empregadas perdem seu trabalho (se a taxa de desemprego aumenta), então a inflação diminui. Isso acontece porque o número de pessoas sem renda aumenta, e isso faz o consumo diminuir, puxando os preços para baixo. Assim, a relação é a seguinte: 

a. Se a taxa de desemprego sobe, a inflação cai; 
b. Se a taxa de desemprego cai, a inflação sobe.

O Relatório Focus, publicado pelo Banco Central do Brasil, mostra que a inflação oficial, medida pelo IPCA, está fora do centro da meta, que é de 4,5%. No relatório publicado em 28/03/2011 este número estava em 5,45%. Segundo a revista Exame (de 06/04/2011, número 989) cerca de 90% da população capaz de trabalhar está empregada. Ou seja, quase toda força de trabalho está ativa atualmente. Esse número pode diminuir em função do momento econômico brasileiro. Assim, a tendência é de que a inflação aumente, pois o consumo também tende a crescer.

No próximo post vamos estender esta questão para um ponto de vista mais político, ou social, se preferirem.

Nos acompanhem!

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Inflação e os Gastos do Governo

Ultimamente se evidenciou nos jornais e revistas a ameaça da inflação ao desempenho econômico do Brasil. Indo mais a fundo, esses mesmos veículos enfatizam que um possível despertar da inflação esteja ligado aos gastos públicos descontrolados. Mas como isso acontece?

Já vimos em posts anteriores a importância da Lei de Oferta e Demanda e falamos, exaustivamente, sobre o princípio de que "o que é raro é caro". Essa frase ficou selada em minha mente quando uma professora a usou na faculdade. O fato é o seguinte: AUMENTOS NOS GASTOS DO GOVERNO, OU DESCONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS, CAUSAM INFLAÇÃO. E, no caso do Brasil, essa é uma doença que vem sendo tratada há quase 20 anos, embora nem todos os cuidados tenham sido tomados.

Para explicar, a inflação é o aumento generalizado dos preços numa economia. Assim, sua moeda, passa a ter menor poder de compra, ou seja, o dinheiro perde valor. É como se uma nota de R$ 1,00 valesse menos do que R$ 1,00. Isso acontece quando a produção é inferior ao montante de dinheiro em circulação. Assim, seus preços sobem.

Outra forma de ver isso é ter em mente que a quantidade de dinheiro na economia vai crescendo pouco a pouco, mas a produção não consegue acompanhar. É aí que se encaixa a questão dos gastos do governo. Ele começa a despejar dinheiro na economia, e esse dinheiro começa a perder valor (tudo que é raro é caro, e tudo que é abundante é barato). As empresas não têm condições ou estímulo para produzir mais, e assim a oferta de produtos fica limitada, mas o dinheiro continua sendo jogado na economia.

Para equilibrar suas contas (que ficaram negativas) o governo precisa de mais dinheiro. Mas como conseguí-lo se ele já está todo na economia, circulando por aí? Nessas ocasiões, o governo pode se valer de duas manobras: ele aumanta a taxa de juros, e assim capta dinheiro no mercado de títulos; ou pode imprimir dinheiro para cobrir suas dívidas. De qualquer forma a tendência é a que a taxa de juros (selic) aumente, para tentar conter o aumento ds preços - inflação. Como consequência, as empresas preferem aplicar dinheiro em títulos ou no mercado financeiro do que investir em produção. E aí a inflação dá as caras.

Por isso a recomendação dos analistas, economistas e mídia especializada é de que o Brasil contenha os gastos públicos. Para que o governo não corra risco de perder o controle sobre a inflação é necessário que o governo gaste menos, ou podemos ter problemas num futuro próximo.

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net