quinta-feira, 14 de junho de 2012

Salário de Eficiência


Já ouviu aquela frase: Com o salário dele dava pra contratar dois no lugar... Mas, afinal, por que isso não ocorre na prática?

Há um modelo microeconômico conhecido como “Teoria do Salário de Eficiência” que diz que, mesmo numa situação onde há desemprego, a produtividade da mão de obra pode afetar o nível do salário.

Como isso funciona: As empresas não possuem tempo e dinheiro para avaliar se cada funcionário está sendo o mais produtivo possível em suas atividades. Dessa maneira, a ausência de monitoramento abre espaço para que o funcionário “enrole” - isso mesmo, o que chamamos de “modelo de enrolação”.

Mas por que o funcionário enrolaria se há a possibilidade de ser demitido? Na verdade, se o salário recebido é o mesmo pago pelo mercado, ele não possui incentivo para fazer mais do que já faz e, caso seja demitido, nada irá perder uma vez que ele poderá ser admitido por outra empresa – que não possui todas as informações sobre ele - pelo mesmo salário.

É aqui que o salário de eficiência entra em jogo. Uma vez que a empresa é incapaz de monitorar a produtividade de seus funcionários, ela paga um salário superior ao mercado para que eles sejam mais produtivos. Dessa maneira, sinaliza que, caso ele venha a ser dispensado, um colaborador não conseguirá uma remuneração proporcional ou melhor que a sua.

Assim, vemos porque mesmo quando há pessoas dispostas a trabalhar por um salário menor, as empresas não podem simplesmente demitir um funcionário. Ela mesma pode sair perdendo, tanto em produtividade quanto em receita.


Por Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net