Estudando
sobre externalidades, me deparei com um caso recente sobre o tema: o das
sacolinhas plásticas. Ao entender um pouco mais sobre o assunto pude imaginar
como a externalidade funciona nesse caso.
Mas,
o que seria uma externalidade? Em Introdução à Economia* vemos que “uma
externalidade ocorre quando pessoas alheias a uma decisão são afetadas por ela”.
Os autores ainda falam que “o princípio da externalidade sugere que os custos
ou benefícios de algumas decisões pode ter reflexos em terceiros”.
Acho
que é de opinião geral que a restrição às sacolinhas plásticas nos
supermercados e a obrigação de compra
das retornáveis não é uma ideia muito agradável. Porém, nossos hábitos, por
vezes, precisam ser mudados e não consigo pensar em outro caminho se não pela
intervenção governamental.
Você
já parou para pensar quando o governo instituiu o uso obrigatório de cinto de
segurança nos automóveis sob pena de multa? Será que se, naquela época, a
intervenção não criasse essa lei, nós teríamos o hábito de usá-lo hoje? É
automático: quando entramos num veículo, pelo menos nos bancos da frente,
colocamos o cinto. Isso porque o hábito foi alterado, e creio que com as sacolas
plásticas ocorrerá o mesmo.
Com o
objetivo de poluir menos o ambiente, o governo provocou uma externalidade
negativa, pois não teremos mais sacolas gratuitas nos supermercados. Ela não
resolve o problema da poluição, mas reduz parte dele, ou seja, a medida não
necessariamente garantirá que não haverá mais sacolinhas, mas restringe seu uso.
Isso porque muitas pessoas não aceitam pagar e outras nem possuem condição para
isso.
A
externalidade é resolvida quando é internalizada. Neste caso, quem polui ou
quem utiliza, pagará por ela. No caso da indústria, isso acontece com a redução
de sua produção.
Mas
pode surgir outra questão: se eu deixo de utilizar a sacolinha, não posso
aumentar a poluição ao usar mais sacos de lixo? A resposta é não, pois você já paga
por ele, portanto, já está internalizando o problema.
É
normal pensar apenas no impacto em nosso bolso hoje, já que é comum o ser
humano não pensar nas consequências futuras. Apesar da cobrança, a restrição ao
uso das sacolinhas beneficiará a população como um todo.
Também
imagino que a reciclagem só produzirá efeito quando tais medidas forem levadas
a sério. Fora isso, nós temos sim que fazer nossa parte, mesmo que seja um
trabalho de formiguinha. Nossos exemplos farão diferença, ao menos, dentro de
nosso grupo social.
Apenas
para complementar, o fato de não usarmos mais sacolinhas não gera uma
externalidade positiva. Isso porque uma externalidade negativa nunca cria uma
positiva e vice-versa. Mas uma decisão sim, cria externalidades positivas e/ou
negativas.
*Introdução
à Economia – Princípios e Ferramentas - O’Sullivan, Arthr; Sheffrin, Steven M. e;
Marislei Nishijima. Editora Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2004.
Por
Danielle Macedo
Equipe
Economistas Na Net
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