Taxa de emprego em patamares jamais
vistos antes, aumento da massa salarial, crédito facilitado e redução de
impostos... Que mundo é esse? Um país chamado Brasil.
Nunca se viu tamanha
disponibilidade de crédito em plena crise econômica, contudo, sabemos que tais incentivos
são mecanismos anticíclicos que o governo adotou para evitar complicações
maiores no futuro. É necessário destacar que o aquecimento do mercado de
trabalho (mais de 70 milhões de brasileiros com carteira assinada) e renda real
em escala crescente atingiram esse patamar sem a necessidade destes incentivos.
De acordo com estudo da FGV*,
entre 2003 e 2011 a classe C ganhou nada mais do que 40 milhões de pessoas. Num
país que conhece a estabilidade econômica há pouco tempo, nada mais justo do que
exercer seu direito de trabalhador e ir às compras.
Nunca se compraram tantos eletrodomésticos
e até jóias. A nova classe média está adquirindo hábitos antes inimagináveis,
pois os bens de consumo estão mais acessíveis. O crediário facilitado também dá
oportunidade de estas pessoas realizarem seus sonhos e elas não estão erradas,
todos temos esse direito!
E, se depender da expectativa dos
brasileiros, a tendência é de continuidade, pois o povo acredita que a vida vai
melhorar no futuro. De acordo com a pesquisa Future Felicity Index, também da
FGV, o país está em 1º lugar em expectativa futura (considerando os próximos 5
anos).
Entretanto, este caminho pode ter
alguns percalços. Várias instituições, inclusive o BC, têm divulgado que as
taxas de inadimplência se elevaram e que o nível de endividamento alcançou
níveis históricos. O que devemos fazer? Frear todo esse consumo?
Acredito que o caminho deve ser
outro: a Educação Financeira. Devemos formar pessoas que tomem suas decisões
baseadas no que for melhor para elas. No entanto, a população brasileira é
carente de conhecimento financeiro, além de ser muito avessa ao risco
justamente porque não conhece o que a economia oferece. Segundo pesquisa realizada
pela TOV Educacional, 43% das pessoas que não investe na Bolsa porque não
conhece o funcionamento deste mercado.
E é nesse momento de consumismo
desenfreado que a população deve buscar investir no mercado financeiro, poupando
parte de sua renda. A poupança é um caminho, mas não o único. Para aplicar em
qualquer produto financeiro é necessário um mínimo de conhecimento para que não
haja dúvidas e se cometam erros.
A questão é que muitos acreditam que, para investir, é necessária uma grande quantia de
recursos. Podemos aplicar pequenos volumes mensais e criar o hábito de sempre poupar
parte de nossa renda. Nem mesmo na Bolsa de Valores existe um mínimo para
investir, mas para quem não está habituado a este mercado é necessário buscar
um consultor para maiores informações.
O país deve aproveitar esse
momento de crescimento e oportunidades já que, de acordo com o estudo da FGV,
espera-se que a nova classe média alcance 118 milhões de pessoas em 2014 e é importante
que a população seja prudente e usufrua, da melhor forma, do que a economia tem
a oferecer.
Por Danielle Macedo