quarta-feira, 29 de junho de 2011

Endividamento do brasileiro atinge maior nível de todos os tempos.

Segundo Estadão on line, após estudos divulgados pela LCA Consultoria, o brasileiro está mais endividado do que nunca. Estudos mostram que o consumo aumentou na maioria das opções de financiamento. Os empréstimos mais utilizados são cheque especial, crédito consignado, crédito para financiamento de imóveis e veículos. A dívida corresponde a 40% da renda do trabalhador e dos aposentados e beneficiários da Previdência Social (quase metade do que ganha). É como trabalhar quase 5 meses só para pagar a dívida.

Somando a dívida total nacional dos credores entre principal e juros esta chegaria aproximadamente a R$ 653 bilhões no mês de abril isso falando apenas em pessoas físicas. Em dois anos, segundo a LCA, esta dívida aumentou em aproximadamente R$168 bilhões. Isso significa que cada vez mais a parcela com gastos de financiamentos está aumentando.

Segundo o economista responsável pelo estudo, Wermeson França, o aumento do endividamento se deu graças ao crescimento da economia e a facilidade em obter financiamentos a juros menores e prazos mais longos.

Pesquisa feita pela Fecomércio-SP, intitulada “Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras”, chancela o estudo anterior. Segundo esta, a dívida passou de R$ 1.300/mês nos primeiros cinco meses de 2010 para R$ 1.530/mês no mesmo período de 2011.
 
Segundo Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP, as medidas tomadas pelo Banco Central no crédito em 2010, como alta dos juros e diminuição do prazo dos financiamentos, só colaborou para o aumento do endividamento das famílias no começo de 2011. Segundo Altamiro o consumo está diminuindo, porém a dívida sobe devido aos juros estarem maiores.

Por Celso Malaxoski
Equipe Economistas Na Net

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Grécia, EUA, Japão, China, Inflação, Desaceleração... e o Brasil.

Olá pessoal.

Já abordamos vários temas aqui. Falamos de teoria econômica básica, abrimos discussões, e reflexões, que eu acho bem produtivas. Mas é interessante falar de economia usando cenários reais, como o atual.

Num mundo globalizado, os efeitos se espalham rapidamente. Isso acontece porque os países estão totalmente conectados e as notícias são veiculadas quase que instantâneamente. Foi assim com a Crise de 2008. Em outras épocas, as coisas demoravam mais para acontecer. A Crise de 1929 levou tempo para se alastrar e mais tempo ainda para se dissipar.

Os eventos recentes afetam todos os países e mercados: de ações ao mercado de trabalho; de commodities ao mercado imobiliário; do ouro ao câmbio. A incerteza em relação à Grécia e ao Euro, a China surgindo como nova potência mundial, os terremotos no Japão e a demora da recuperação dos EUA: tudo isso muda a forma como os agentes enxergam o futuro da economia. É um tema recorrente, pois trata de expectativas.

Isso tem sido particularmente cruel com a bolsa brasileira. Todas as incertezas, o risco de inflação, as medidas do Banco Central e a falta de direcionamento do governo Dilma contribuíram para o retorno negativo  da Bovespa em 2011. Segundo analistas, o momento é de muita cautela.

A incerteza faz os investidores mudarem sua exposição a ativos de risco e migrarem para ativos mais seguros, de renda fixa. Isso explica a leve valorização do Dólar nos últimos dias. Entretanto, o Real continua muito forte. Isso é reflexo da massiva emissão de moeda americana para cobrir os gastos do governo, gerando mais inflação nos EUA.

Há ainda quem diga que novas bolhas estão se formando. Assimo no plural mesmo: para cada país e cada possibilidade de a economia se reeguer há uma prospecção de bolha, que geraria nova crise mundial. Basta procurar as notícias e artigos, pois existem vários por aí tratando do tema. O simples fato de se imaginar uma crise gera mais incerteza e também retarda a recuperação econômica.

Por hora, vamos monitorando e nos informando para não sermos pegos de "surpresa", pois, se a imagem que se forma no horizonte for do jeito que as previsões mostram, o quadro tende a ser bem feio. Felizmente, a economia é dinâmica: tudo pode mudar com o tempo e as ações corretas.

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net