quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Taxa de Câmbio e Inflação

Olá pessoal.

Como prometido, vamos aprofundar o tema do último post, agora relacionando a Taxa de Câmbio à variável Inflação.

Vimos que a cotação do dólar, ou de qualquer moeda internacional, afeta os preços dos produtos importados e as decisões de consumo das pessoas. Vimos que quando nossa moeda, o Real está fraco em relação ao Dólar, ou seja, quando o Real compra poucos dólares, dizemos que o Câmbio está Depreciado. Do contrário, quando o Real pode comprar mais dólares, usamos o termo Câmbio Apreciado. Vamos tentar explicar como essas situações ocorrem.
  • Câmbio Depreciado: ocorre quando há menos dólares na economia do que numa situação de equilíbrio. O Ponto de Equilíbrio se move ao longo do tempo, então não é possível determinar um ponto fixo para a economia de qualquer país. As moedas internacionais seguem a Lei de Oferta e Demanda, ou o raciocínio de que "tudo que é raro, é caro". Assim, quando a quantidade de dólares numa economia é menor do que a quantidade de equilíbrio seu preço sobe. Assim, o Real compra menos dólares. Com o dólar mais caro, os produtos importados também se encarecem.  Como consequência, a oferta de produtos diminui. De forma geral isso leva a inflação a um patamar mais alto, pois os preços se elevam.
  • Câmbio Apreciado: ocorre quando há mais dólares na economia do que numa situação de equilíbrio. De acordo com a Lei de Oferta e Deamanda, nesse caso, o preço do dólar cai, e o Real consegue comprar mais dólares. Os produtos importados se tornam mais baratos, e a oferta de produtos aumenta de forma geral. Assim, os preços caem e a inflação diminui. Ou, em alguns tipos de análise, ocorre Deflação (redução dos preços de um período de tempo a outro).
Além disso, essas variações da Taxa de Câmbio e suas implicações sobre a Inflação afetam também as decisões de investimento dos agentes. Isso porque existem tipos de aplicações vinculadas às variações desses dois indicadores. Caso necessário, é indicado consultar um profissional da área para esclarecimentos. E quem melhor do que os Economistas para isso?

Nos acompanhem!

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como a cotação do Dólar interfere na sua vida.

É, caros amigos, acreditem ou não, o preço do dólar interfere em nossas vidas sim. O preço do dólar, ou de qualquer outra moeda internacional, é o que chamamos de TAXA DE CÂMBIO. Uma variável importantíssima na economia, e principalmente no comércio internacional. Mas por qual motivo?

Bom, quando compramos um produto importado seu preço é normalmente cotado em Dólares. Para sabermos o valor em Reais é preciso saber quanto custa US$ 1,00. Em outras palavras, é preciso saber a Taxa de Câmbio.

POR EXEMPLO: quero comprar um vinho importado que custa US$ 15,00. Quanto vou pagar em Reais? Depende. Vamos supor que a Taxa de Câmbio é R$ 1,726. Isso significa que cada US$ 1,00 custa R$ 1,726. Basta multiplicar o preço do vinho em dólares pelo preço do próprio dólar. Assim, o preço do vinho em Reais será R$ 25,89.

Agora, vamos supor que um bom vinho brasileiro custe R$ 32,00. Qual eu vou comprar? Pensando pela lógica da economia, fico com o mais barato. Assim, eu deixo de comprar um produto brasileiro para comprar um importado pagando menos, certo?

Imagine uma segunda situação, onde a Taxa de Câmbio é de R$ 2,50. O preço do vinho agora vai para R$ 37,50 sendo agora mais caro que o brasileiro. Dizemos que o Real agora compra menos dólares. É mais ou menos assim: eu preciso de mais "Reais" para comprar apenas US$ 1,00. Antes eu precisava de apenas R$ 1,726 e agora preciso de R$ 2,50.

Comparando a primeira situação com a segunda temos o seguinte:
- na primeira situação, o Real estava forte em relação à segunda. Com o Real forte o brasileiro tem maior poder de compra e as pessoas tendem a importar mais. Chamamos isso de Câmbio Apreciado.

- na segunda situação, o Real estava fraco em relação à primeira. Com o Real fraco o brasileiro te menor poder de compra e as pessoas tendem a importar menos. Chamamos isso de Câmbio Depreciado.

No próximo post eu aprofundo mais este assunto.
Continuem nos acompanhando.

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Índices de inflação e suas diferenças

Como já foi tratado aqui, a inflação nada mais é do que  o aumento dos preços de um período a outro. Nos jornais, revistas e internet estamos acostumados a ver algumas das abreviações: IGP-M, IPCA, IPC´S.  Mas outros, ainda que com pouca frequência aparecem: IPC-Fipe, IGP-10, IGP-DI, INCC, IPA... Você pode se perguntar, mas qual é o verdadeiro índice que mede a inflação? Respondemos: TODOS! Cada um dessas siglas acima segue uma metodologia para medir a variação de preço em um determinado período e de um determinado setor. É o que tentaremos explicar a seguir.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – esse índice é utilizado como balizador da economia. É por ele que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) define a meta de inflação e a partir deste o Banco Central controla a taxa de juros da economia (Selic). Esse indicador é divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no período do dia 01 a 30 do mês de referência e contém mais de 400 itens pesquisados. Além disso, utilizando-se da mesma metodologia, o IBGE também divulga o IPCA-15, que tem por difernça o período de coleta de informações, sendo do dia 14 do mês anterior ao dia 14 do mês de referência.

Dentro da pesquisa do IPCA, o IBGE também divulga o INPC: Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 06 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além dos  municípios  de Goiânia e de Brasília.

IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado: um dos mais conhecidos indicadores por ser utilizado como atualizador de aluguéis. É divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e compreende o período do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência, além das duas prévias realizadas pela instituição. Ele é composto de 60% do IPA, 30% do IPC e 10% do INCC.

O IPA (Índice de Preços por Atacado) é composto por dezoito índices especiais. Estão organizados para medir a evolução de preços segundo o destino. A amostra de produtos do IPA é composta por 481 mercadorias. Foi selecionada de um universo de produtos regularmente comercializados a nível de atacado, levando-se em conta algumas características pré-definidas, sendo que esta composição é revisada periodicamente pela FGV.

Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) é composto por sete grupos principais, chamados de classe de despesas dos consumidores, sendo eles: alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação, leitura e recreação, transporte e despesas diversas.

Por último, o INCC (Índice Nacional de Construção Civil), afere a evolução dos custos de construções habitacionais.

O IGP-10 e o IGP-DI seguem a mesma metodologia do IGP-M, com a única diferença do período da pesquisa, sendo que o IGP-DI (Disponibilidade Interna) é apurado do primeiro ao último dia de cada mês.  IGP-10 compreende o período entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Já o IPC´S, também calculado pela FGV, é o mesmo indicador divulgado dentro dos IGP´s, porém divulgado semanalmente.

Ainda temos o IPC-Fipe, que como o próprio nome diz, é divulgado pela FIPE (FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS), que calcula a cada semana as variações de preços do município de São Paulo para a faixa de renda familiar entre 1 e 20 salários mínimos.

É importante destacar que se você quer saber a variação de preço de certo serviço ou setor, deve verificar a composição do índice que possua compatibilidade do que está pesquisando. Não adianta se balizar pelo IPC-Fipe se você não for de São Paulo.

O IBGE tem um projeto para a divulgação de outro índice, o que podemos hoje chamar de IPP (Índice de Preço ao Produtor) que irá compreender melhor a variação de preço advinda do produtor. Hoje, a FGV já faz esta pesquisa e está inclusa nos IGP´s através do IPA. Porém, não há um único índice para este tipo de pesquisa e teremos um ganho quando o IBGE disponibilizá-lo, uma vez que a economia será melhor acompanhada.

Por Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net