domingo, 25 de novembro de 2012

RELATÓRIO DE MERCADO

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sábado, 17 de novembro de 2012

A Crise, o Euro, a Grécia, o Brasil, Keynes... e eu com isso???

Olá pessoal. Depois de algum tempo apenas concentrado no relatório, eu volto aqui com algumas linhas básicas. E apesar de o tema ser tão comum, ele ainda desperta dúvidas entre as pessoas. Vou tentar elucidar algumas delas e tornar o raciocínio mais simples.

O assunto de todos os dias é a Crise do Euro. Pelo fato de alguns países estarem muito endividados, a economia global sofreu um choque e o PIB de todas as nações encolheu drasticamente do final de 2010 para cá. A pergunta é: por que isso aconteceu?

Como eu exemplifiquei num artigo anterior, os agente econômicos (empresas, famílias, governos, investidores, etc.) trabalham em torno das expectativas. Eles tomam suas decisões baseados no que acreditam que acontecerá num determinado cenário. Imagina-se que essas decisões sejam, além de racionais, as melhores possíveis.

Sabemos também que a Grécia é um dos países em situação mais complicada na Zona do Euro. Eles precisam aplicar medidas de austeridade fiscal (corte de gastos e aumento de impostos) para continuar a receber ajuda financeira do FMI e do Banco Central Europeu. Entretanto, isso apenas injeta mais veneno numa economia já moribunda, pois dificulta a recuperação da atividade e aumenta as taxas de desemprego.


Mas, espera aí... Sem emprego, as pessoas não têm renda e não consomem. E as empresas vão pelo mesmo caminho. Se isso acontece, como ficam as receitas do governo, que vêm da arrecadação de impostos? Deu para perceber o tamanho do pepino que os caras têm nas mãos?

Gastar para estimular a economia? Mas aí ficamos sem ajuda dos bancos para pagar nossos credores... Ou economizar para receber ajuda e, nesse caso, atirar milhares nas mãos do desemprego?

Há ainda a possibilidade de a Grécia sair da Zona do Euro. Nesse caso, o país deixaria de receber ajuda e estaria livre para conduzir sua economia como bem entendesse. A contrapartida é que as taxas de juros aumentariam por causa da incerteza, que faria os fluxos de capital secarem ao redor do mundo. As bolsas sentiriam imediatamente, pois os investidores venderiam seus papéis para manter dinheiro líquido em caixa. Depois viria a atividade. O comércio exterior viraria uma vitrine do protecionismo (se já não o é).

Será que a pergunta do começo do texto foi respondida? O PIB dos países caiu porque as expectativas em relação ao futuro pioraram. Isso somado ao conservadorismo, pois em épocas de crise devemos conter nossos gastos, acentuou a queda. Virou um efeito dominó! E o Brasil já foi atingido.

Confesso que sou bem pessimista em relação à Grécia. Mas também creio que os órgãos não deixarão o país sozinho. Também acredito que, no ritmo que está, a saída dos helenos da Zona do Euro é questão de tempo. Não há como suportar, nas atuais condições, as medidas impostas pelo FMI e pelo BCE. Ou eles flexibilizam em relação à política fiscal ou os credores perdoam toda a dívida do país. Mas isso faria com que os outros endividados se sentissem no mesmo direito.

Fato é que, embora Keynes não seja um dos meus economistas prediletos, acho que austeridade não é a solução para este caso. 

PS: John Maynard Keynes foi um economista britânico que, como solução à Crise de 1929, sugeriu que os governos fossem intervencionistas. Eles deveriam aumentar seus gastos para fazer a atividade econômica girar. Isso elevaria os níveis de emprego, o consumo das famílias e os investimentos privados, tirando assim os países da recessão.

Por Gilmar Faustino
Equipe Economistas Na Net

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

LFT na contramão da política monetária

Vemos muitas notícias com referencia a esse título e muitos não entendem porque a LFT é tão criticada por estudiosos da dívida pública.

Vamos às explicações. Primeiro de tudo: O que é a LFT? De acordo com a descrição do Tesouro:

A LFT (Letra Financeira do Tesouro) é um título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da compra.

Para efeito de conhecimento, os outros títulos públicos em circulação (LTN's e NTN´s) são atrelados a indicadores de preço, podendo ser pré ou pós fixados.

E qual a finalidade de um título público? Financiar o déficit orçamentário, realizar operações para fins específicos definidos por lei e refinanciar a dívida pública.

Sabe-se que o Banco Central controla a oferta de moeda na economia e que os títulos são uma das ferramentas para equilibrar o volume de dinheiro em circulação. Através de leilões do Tesouro, de acordo com objetivo do momento, o Bacen pode ofertar e comprar mais títulos. Quando quer enxugar o excesso de moeda ele vende títulos. Quando quer elevar este volume, então ele compra.

Outro detalhe é que, sendo um título pós fixado, o governo não sabe o valor que precisará dispor no futuro, o que causa instabilidade. É aí que a LFT entra. Por ser indexada à Selic e, quando necessário, há aumento dos juros para controlar a inflação, seu valor aumenta também. Em outras palavras, enquanto os outros títulos perdem valor quando a Selic sobe, a demanda por LFT´s cresce porque sua remuneração aumenta.

Sabendo disso, por que então o governo não elimina esse título? Não é tão simples assim. Na verdade, isso já foi feito por um período. No entanto, quando o governo precisa se financiar, uma forma de atrair a demanda do mercado é oferecer uma remuneração atraente. Quer algo mais atraente do que uma LFT num país que possui juros altos?

No entanto, com a queda da Selic nos últimos anos, o governo conseguiu enxugar o excesso desses títulos. Para ser ter uma ideia, em 2002 o percentual de títulos em relação à dívida pública era de 60%. Esse número caiu em 2005 para 50% e em 2008 já estava em 35%. O último relatório de política fiscal (julho/12) já registrava 25%.

Então, o governo entende que esse papel, apesar de ter sido um facilitador no passado, hoje é o principal vilão sobre a dívida pública e é um obstáculo para a política monetária.

Ainda assim, acreditamos que esse título não será extinto da política econômica. No entanto, não será mais o principal financiador do governo.

Por Danielle Macedo
Equipe Economistas Na Net